segunda-feira, 31 de agosto de 2009

De volta à superfície.
Não sei se permanente
Ou apenas para respirar.
Daqui de cima enxergo o fundo de onde saí
E toda a sua extensão.
Daqui enxergo o podre, o sujo.
E daqui, talvez, consiga alcançar este lixo e limpar minhas águas.
Não sei como nem onde me agarrar para não cair
Para não voltar ao fundo
Mas mesmo assim
Mesmo correndo o risco de afundar, preciso limpar.
Preciso tornar minhas águas límpidas e calmas.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

- Numa rua verde na beira do mar
- Passa o ônibus
- Hipopótamos monstros pretos se banham no mar
- Uma casa de madeira
- Borboleta colorida gigante no teto
- O teto desaba
- Buraco negro.
- Por duas noite ele aparece
- Por duas noites ele fere
- Viola
- Por duas noites seguidas, ele doentio
- Porco!
- Tarado!
- Por duas noites....
- Nojo!
- Eu agredida
- Ela agredida
- Nós violadas

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Saudade mata aos poucos.
Eu não quero essa dor.
Eu não quero sentir essa saudade.
Mas ainda quero morrer.
- Eu e amigos num centro espírita
- Eles somem
- Fico sozinha
- Saio à procura
- Eu tinha que ter cuidado com o tal ser devorador.
- Sobre uma rocha, uma mulher .
- Subo na rocha
- Caio numa poça de lama.
- Um grito
- Falta um pedaço na mulher
- Morta.
- Ao meu lado... o ser (Forma humana, magro, nem homem nem mulher, pele de sapo ou cobra)
- Na poça comigo
- olhando para mim
-Gargalhando como quem diz: Viu?
- Falta um pedaço de mim.
E quando você acha que já sentiu toda a dor que poderia existir, ela se torna mais insuportável ainda.
É como se existisse um buraco na alma.
Como se faltasse um pedaço.
Como se toda a dor já não fosse suficiente.
Nunca achei que eu tivesse que ter tanta força.
E mesmo com toda força que faço, quase sou vencida.
O inferno é a minha cabeça!
Como calar algo que não tem voz?
Como calar uma boca que não tem voz (que não sai som)?
Como fugir deste inferno?