quinta-feira, 16 de julho de 2009

Capturou-me os olhos
Prendeu-os
Arrancou-me o ar
Roubou os meus sonhos e fez deles seus
E de algum modo,
Fez da noite verde como grama.
E a congelou.
Levou embora consigo, parte minha.
Bem querer se tornou pesadelo.
Noite após noite à procura de parte minha ou pare sua.
Noite após noite, sonhos e pesadelos me levam a você.
Pesadelos fazem do meu dia noite
E me perseguem.
Dia após noite e dia, a agonia de não entender
De não encontrar
De não saber
Que parte minha é essa.

terça-feira, 14 de julho de 2009

Quem é a flor que brilha na luz e na treva?
Na vida e na morte?
Quem é a flor que nasce na selva de cimento?
Quem é a flor que sorri na tristeza?
Quem é a flor que flutua no céu de estrelas?
Quem é a flor que vive e brilha?
De quem é essa alma?
Alma?

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Quando percebemos se estamos vivos?
Quando sabemos que aquele não existe mais?
Como entender se a dor já matou?
Sendo que ainda dói.
Dói porque o coração já parou de bater?
Dói porque o frio congela a alma?
Como saber se há vida?
Como saber se dói porque vive?
Se dói porque não quer viver?
Se dói porque morto?
Se dói...
Como entender o porquê de tanta dor?
Se dói
Se sufoca
Se mata.
Como saber se é vida?
Como?
- Uma casinha na beira da praia
- Uma família à procura de abrigo
- Furacão
- O vento derruba a casa
- O mar varre destroços e corpos.
- Andando de bicicleta por uma cidadezinha na praia
- Uma música dizendo que eu estou perdendo tudo
- Imagens do mar invadindo a cidade
- A água não é água, mas sim, areia
- Na minha piscina, nadadores presos, soterrados na lama de areia
- A música diz que eu perdi tudo
- Até a esperança