quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

A lenda das sereias

Parecia uma excursão pela imensidão do mar.
Ele me explicava que, como punição, elas eram amarradas num emaranhado de cordas e correntes de tal forma que seus membros ficassem totalmente colados ao corpo, formando uma silhueta de cauda de peixe.
Eu, dentro do mar, sem saber onde estava a superfície, ouvia a voz explicando o que eu via lá de baixo.
Elas eram amarradas e jogadas vivas em alto mar com a intenção de que pagassem por seus erros.
Desesperada, ela se debatia, lutava, se afogava.
Porque sereias?
Exatamente neste local havia paredões enormes de pedras, com fendas e cavernas.
De uma destas cavernas saia um polvo enorme. O tão famoso “carrasco do mar”.
Ele foi em direção a ela e a envolveu com seus tentáculos.
E, não sei de que forma ele continuava a nadar enquanto ela se debatia.
Enquanto a devorava.
Da superfície se via apenas uma bela silhueta. A silhueta de uma sereia.
Ela, devorada.
Estaria eu também acorrentada?
Ele ria.
E eu, desesperada
Me debatia, lutava, me afogava.
Devorada.
(2008)

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